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39% dos estudantes de escolas públicas não têm computador ou tablet

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Uma recente pesquisa apontou que um grande número de estudantes de escolas públicas não tem computador ou internet em casa, o que dificulta o ensino remoto.

Estudantes de escolas públicas não têm computador: é possível ver, em uma superfície plana, um notebook ao lado de um caderno com folhas em branco

O índice de estudantes em escolares particulares sem computador é de apenas 9%. – Foto: Unsplash

Na última terça-feira (09/06), foi liberada a pesquisa TIC Educação 2019. Os dados apontam que ao menos 39% dos estudantes de escolas públicas não têm computador ou tablet em casa, o que dificulta a continuidade do ensino remoto.

Com o fechamento das unidades escolaridades devido ao isolamento social, muitos estudantes saíram prejudicados e não conseguem manter o mesmo ritmo pela ausência dos equipamentos. O cenário de pandemia ocasionado pelo novo coronavírus afetou principalmente os alunos que estão matriculados em escolas públicas.

Ainda conforme os dados divulgados pela pesquisa, a maioria dos estudantes de escolas particulares têm acesso à internet e podem dar prosseguimento aos estudos em casa. Até porque, dentro desse contexto, o índice de pessoas sem computador é de apenas 9%.

Estudantes de escolas públicas não têm computador: outros detalhes sobre a pesquisa

A pesquisa TIC Educação 2019 também reuniu outros dados sobre o acesso à internet, especialmente comparando a situação entre alunos de escolas públicas e particulares. Confira:

  • Conectividade: 21% dos alunos de escolas públicas só acessam a internet pelo celular. Na rede privada, o índice é de apenas 3%. O uso de internet apenas pelo celular acontece principalmente nas regiões Norte (26%) e Nordeste (25%);
  • Plataformas virtuais: 14% das escolas públicas (estaduais e municipais) já possuíam uma plataforma virtual de aprendizagem antes mesmo da pandemia;
  • Aprendizagem online: 16% dos estudantes da rede pública e privada participaram de cursos online. Além disso, pelo menos 24% fizeram simulados ou provas, o que pode indicar dificuldades atuais para acompanhar o ambiente virtual de aprendizagem;
  • Professores: 53% dos docentes afirmaram que a falta de curso específico para o uso do computador dificulta o trabalho.

Pandemia também afetou os estudantes das universidades particulares

Segundo dados divulgados na última quarta-feira (10/06), ao menos 42% dos estudantes de nível superior podem abandonar o ensino privado. Os cálculos das porcentagens dizem respeito à terceira etapa da pesquisa “Coronavírus e Educação Superior”, realizada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes).

O principal motivo corresponde à dificuldade de pagar as mensalidades em razão da crise ocasionada pelo novo coronavírus ou porque os pais não estão conseguindo arcar com as despesas. Apesar disso, quase todos os estudantes matriculados no ensino superior querem manter os estudos (52%).

Outros 42% dos alunos reconhecem os riscos de desistência em razão de problemas financeiros. De acordo com a Agência Brasil, essa última porcentagem cresceu em comparação ao mês de março, que era de 37%.

“Esse desafio tem que ser endereçado pelas instituições”, diz o diretor presidente da Abmes, Celso Niskier, à Agência Brasil. “A gente tem recomendado [para as instituições de ensino] que sejam identificados os grupos que têm maior risco por perda de renda e emprego e que sejam oferecidas alternativas, que seja analisado caso a caso”.

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